Patologias

Fratura do Calcanhar

Uma fratura do calcâneo, ou osso do calcanhar, pode ser uma lesão dolorosa e incapacitante.

Este tipo de fratura geralmente ocorre durante um evento de alta energia — uma queda de uma escada — quando o calcanhar é esmagado sob o peso do corpo.

Quando isso ocorre, a fratura frequentemente acomete a articulação subtalar (entre o tálus e calcâneo) e com alargamento do calcâneo.

As fraturas do calcâneo podem ser bastante graves e o tratamento geralmente envolve cirurgia para reconstruir a anatomia normal.

Mas mesmo com o tratamento adequado, algumas fraturas podem resultar em complicações a longo prazo, como dor, edema, perda de movimento e artrose.

Fraturas em Idosos

Já é uma crença popular que a medida que vamos envelhecendo as fraturas se tornam mais frequentes.

Existem algumas razões para isso acontecer:

• perda de massa óssea- a partir dos 40 anos temos uma perda de massa óssea anualmente, o que implica em maior fragilidade óssea

•perda de massa muscular – acompanhando a perda de massa óssea, temos também a perda de massa muscular.

Isso quer dizer que passamos a transmitir cada vez mais o peso pelos ossos (sem auxílio dos músculos), nos tornamos mais fracos e mais suscetíveis a lesões e a reabilitação é cada vez mais penosa com o decréscimo de músculos.

• perda do equilíbrio – seja por outras doenças (como Parkinson, demência, diabetes) ou por diminuição de estímulos, nos tornamos menos seguros e equilibrados.
Isso facilita as quedas e pode deixar um medo de andar e se locomover após algum tombo (deixando o idoso ainda mais restrito).

• aumento das comorbidades – doenças que cada paciente tem (hipertensão, cardiopatias – podendo ser causas de desmaios, diabetes – tornam o paciente mais vulnerável a infecções; osteoporose – e aqui as mulheres precisam se alertar ainda mais após a menopausa!).

As comorbidades podem aumentar chance de queda, dificultar ou aumentar o risco cirúrgico e limitar a reabilitação.

Tudo isso precisa ser levado em consideração no processo de envelhecimento e, principalmente, quando nos vemos diante de um paciente idoso com fratura.

Fratura do Tornozelo

A fratura do tornozelo está entre as mais comuns dentro do trauma ortopédico.

Normalmente, as fraturas de tornozelo tem dois públicos:
– homens jovens: decorrentes de traumas de alta intensidade (como acidentes de moto/ automobilísticos);

– mulheres mais velhas: pela fragilidade óssea (osteoporose) que afeta muitas mulheres após a menopausa.

Como ocorre a fratura do tornozelo? Basicamente, são dois mecanismos principais:

Torcional: conhecido como entorse ou torção, como ocorre comumente ao pisar num buraco ou ao desequilibrar na calçada.

Compressão Axial: ocorre nas quedas de altura em que o paciente cai de pé.

As fraturas por compressão axial são mais comuns em homens jovens (35 a 40 anos) e estão muito associadas a acidentes de trânsito e quedas de altura. Já a torção é mais frequente em mulheres mais velhas.

Os principais sinais e sintomas de fratura no tornozelo são: dor, edema (inchaço) e deformidade do tornozelo, além de incapacidade de apoiar o peso do corpo.

Em qualquer um dos mecanismos de trauma, ao apresentar sintomas, é fundamental ser avaliado por um ortopedista.

A fratura consolidou?

Quando acontece um acidente e um osso está quebrado, a primeira coisa que queremos é que ele volte a ser inteiro.

Então, quando é que o osso vai estar consolidado?

Essa resposta varia de acordo com:
•a biologia de cada paciente
•o osso – localização, constituição (cortical/esponjoso), demanda daquele osso (se é de carga ou não) –
•das condições de fartura -se foi ou não exposta) e do paciente (comorbidades, tabagismo)
•do tratamento – estabilidade da síntese, alinhamento, qualidade da redução.

Mas o que as pessoas geralmente não sabem é que a partir do momento que o osso quebra, o corpo já começa a cascata de sinalizações para a consolidação da fratura.

Com a fratura, temos um hematoma (pelo sangramento), que será substituído por células precursoras do osso.

Existem algumas etapas desde o hematoma da fratura até o osso, seguidas por um remodelamento desse novo osso.

Nas fases que não tem calcificação/matriz óssea, não percebemos alterações nas radiografias.

Em algum momento, essas células são substituídas por calo ósseo (e o que vem antes do osso propriamente dito). Esse sim é visível no Rx – não tem nítido quanto osso, mas visível.

Além da imagem do calo ósseo – que vemos quando acompanhamos a evolução do caso – outro aspecto fundamental é a clínica do paciente.

Melhora da dor, ausência de dor e mobilidade no foco da fratura, ausência de dor com carga e ao movimentar o local da fratura, são sinais de que já existe estabilidade na fratura, ou seja, que o osso está colando.

Precisa operar a fratura?

Ter uma fratura não é algo fácil de se absorver. As fraturas são lesões decorrentes de um trauma, de um acidente.

Além do susto pelo ocorrido, ainda tendo que lidar com outras lesões em alguns casos, a dor e a incapacidade de mexer o próprio corpo, uma das maiores angústias é saber se passará por um cirurgia.

Cirurgias já não são fáceis, mas, indicadas em uma situação tão inesperada, de extrema vulnerabilidade, podem ser ainda mais delicadas.

Justamente por isso, é importante entender quando uma fratura tem indicação de tratamento cirúrgico.

Em resumo: UMA FRATURA É CIRÚRGICA SMEPRE QUE O RISCO DE NÃO OPERAR É MAIOR DO QUE O RISCO DA CIRURGIA.

Fraturas com indicação cirúrgicas são aquelas que terão sequelas e complicações muito grandes se não forem operadas. Assim, as fraturas que tem indicação clássica de cirurgia são:

•Fraturas expostas – pelo risco de infecção;
•Fraturas articulares desviadas (e aqui já são considerados 2mm) – pelo risco de artrose;
• Fraturas com grandes desvios ou desalinhamentos – pelo risco de desalinhamento e alterações nos eixos e distribuição de carga;
• Fraturas de quadril em idosos – pelos riscos de complicações (TVP, TEP, pneumonia) e longo tempo de imobilização;
• Fraturas que podem/acometem outras estruturas.
• Fraturas instáveis – risco de perder a redução e ter resultado final ruim.

Existem outras indicações para cirurgias, mas a ideia aqui é tranquilizar as pessoas sobre a ideia principal da indicação. Assim, apesar da confusão e do turbilhão de pensamentos após uma fratura, talvez agora seja mais fácil entender e aceitar a indicação de uma cirurgia.

O que é tratamento conservador?

Você já deve ter ouvido algum médico (possivelmente, um ortopedista ou de outra especialidade cirúrgica) falar sobre tratamento conservador. Mas o que isso realmente significa?  Tratamento conservador é todo aquele que conserva a integridade da estrutura acometida.

Traduzindo: todo tratamento que não é cirúrgico.

Em ortopedia, principalmente quando falamos de fraturas, temos dois caminhos:

-cirúrgico: redução e fixação da fratura na cirurgia
-conservador: pode ser necessária redução – que será fechada – e imobilização (com gesso, tala ou órtese).

No acometimento de outras estruturas, como ligamentos, músculos, tendões, temos o mesmo princípio:

-reparo ou reforço cirúrgico da estrutura;

-conservador: confiamos na biologia do corpo para reparar a lesão.

Para isso, temos alguns recursos que ajudam e/ou aceleram o processo, como, fisioterapia, fortalecimento muscular e algumas intervenções menores (infiltrações, terapia por ondas de choque, eletroneuromodulação, dentre outros).

Vale lembrar, que, apesar de tratamento cirúrgico atuar diretamente na lesão, é fundamental que tenha reabilitação para o tratamento ideal.

Gesso ou cirurgia?

Não existe uma resposta única. Varia tanto para o tipo de osso, o tipo de fratura e para cada paciente.

A indicação do tipo de tratamento, se conservador (imobilização) ou cirúrgico depende de alguns critérios da fratura e também do paciente.

Fraturas articulares, aquelas que acontecem nas “juntas”, tendem a ter tratamento cirúrgico. As articulações são recobertas por cartilagem, o que permite o movimento harmônico entre os ossos. Uma vez que a fratura aconteça na cartilagem, apenas desvios muito pequenos podem ser aceitos.

Caso tenha desníveis na articulação, acontecerá o desgaste da cartilagem, o que é conhecido como artrose.

No geral, as fraturas que tem critérios de instabilidade ou com desvios muito grandes (após a redução – tentativa de colocar o osso no lugar) também têm indicação de tratamento cirúrgico.

Outros aspectos que levamos em conta para indicação do tratamento:
•tempo de imobilização – quanto tempo o paciente precisa ficar restrito
•tempo de reabilitação – quando o paciente pode começar a reabilitação
• características do paciente – idade, demanda física, nível de atividade física e diária, tipo de trabalho, comorbidades.

A decisão de a fratura tem tratamento cirurgico ou conservador é delicada e totalmente individualizada! É fundamental avaliar as característica da fratura e do paciente para o melhor tratamento.

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